terça-feira, 26 de abril de 2016

Esta é a vida de um revisor

Em 1991, quando eu trabalhava no jornal de bairro Gazeta do Aeroporto, eu atuava como revisor de texto, além de fazer outras coisas.

Minha função era revisar tudo, desde colunas (políticas, sociais, de televisão) até anúncios.

Certa vez, detectei um erro grave em anúncio de um terço de página de um anunciante importante (era proprietário de uma casa de carnes). É lógico que corrigi o erro.

Quando o jornal saiu, o dono dessa casa de carnes telefonou para o proprietário do jornal, o Abel, reclamando que eu havia "mexido no anúncio dele". O Abel disse que eu apenas havia corrigido um erro, mas o dono da casa de carnes esbravejou e disse que não queria saber, que o anúncio tinha que ter saído do jeito que ele enviou para o jornal.

O Abel não tinha o que dizer para esse sujeito e, depois, a sós comigo, disse para eu "não alterar mais nada nos anúncios daquele sujeito, mesmo que houvesse erros escandalosos".

E a coisa ficou por aí.

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